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Não adianta comemorar supersafra, tem que comemorar renda”

  • Foto do escritor: Redação SulTV
    Redação SulTV
  • 3 de nov.
  • 2 min de leitura
Afonso Hamm visitando os vinhedos Altos do Paraíso

O deputado federal Afonso Hamm esteve em Camaquã, visitando a vinícola Altos Paraíso, um símbolo da nova fase da fruticultura e vitivinicultura da Metade Sul. A entrevista à SulTV foi mais do que uma conversa de campo — foi um diagnóstico direto sobre o rumo da política agrícola brasileira e o papel do produtor gaúcho nesse cenário.


Hamm começou lembrando que há mais de duas décadas participou da criação do Comitê de Fruticultura da Metade Sul, um marco que abriu espaço para a diversificação produtiva em uma região até então concentrada em poucas culturas. “Hoje, ver empreendedores investindo em uvas e vinhos premiados mostra que a diversificação deu certo e precisa de continuidade”, afirmou.


Mas o tom da entrevista subiu quando o tema virou crédito rural e políticas públicas. O deputado criticou duramente a falta de planejamento do governo federal. Segundo ele, “o agricultor gaúcho vive sem apoio, com medidas provisórias insuficientes e crédito que exige mais garantias de quem já perdeu tudo com as enchentes”.


Para Hamm, o problema central é confundir política agrícola com política de crédito. “Anunciam bilhões no Plano Safra, mas o produtor não sente o efeito. O seguro rural é insuficiente, e a fruticultura está sem cobertura”, destacou. Ele citou o projeto PL 512, aprovado na Câmara, que busca alongar dívidas e oferecer carência de até três anos para produtores afetados por eventos climáticos.


Sobre a compra de arroz pela CONAB, Hamm afirmou que a operação careceu de estratégia. “Compra governamental é importante, mas tem que ser planejada para garantir preço mínimo e ajudar o produtor, não para desequilibrar o mercado.” Segundo ele, a ausência de uma política de estoques reguladores e de previsibilidade afeta o setor e compromete a segurança alimentar.


A entrevista também abordou o impacto da importação de arroz e vinhos do Mercosul. Hamm foi direto: “O Brasil é o mais prejudicado. O produtor dos outros países paga menos imposto e tem custo menor. É impossível competir.” Para ele, o país precisa enfrentar o chamado custo Brasil, reduzindo tributos sobre insumos, fertilizantes e agroquímicos. “Se o mercado é comum, que libere também os insumos. O governo precisa parar de arrecadar e começar a estimular quem produz”, provocou.


Encerrando a conversa, o parlamentar reforçou o alerta: “Não adianta comemorar supersafra, tem que comemorar renda. Se o produtor quebrar, falta alimento, e vem a inflação. É hora de cuidar do agro com política de verdade, não com discurso.”


Assista a entrevista completa no canal do Youtube da SulTV: https://youtu.be/3x5sBY0XLt0


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