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Foto do escritorRedação SulTV

Edição genética de alimentos é vista como solução para enfrentamento de problemas globais em debate SXSW 2024

Especialistas abordam como a tecnologia CRISPR promete transformar a Agricultura e o cenário da sustentabilidade na cadeia alimentar.


Foto: Divulgação


O cenário da inovação alimentar marcou presença no SXSW 2024, que acontece em Austin, no Texas, Estados Unidos. Durante a programação do dia 08 de março, cientistas e especialistas se reuniram para debater o futuro dos alimentos por meio da tecnologia de Agrupamento de Curtas Repetições Palindrômicas Regularmente Interespaçadas, CRISPR. Os avanços na edição genética, que renderam o Prêmio Nobel de Química em 2020, estão agora se estendendo para além dos tratamentos terapêuticos, prometendo transformar radicalmente a agricultura e a alimentação.


Durante o painel, Vipula Shukla, Diretora Sênior de Programas de Agricultura na Fundação Bill & Melinda Gates, Tom Adams, co-fundador e CEO da Pairwise, uma empresa que busca realizar o potencial do CRISPR e da edição de genes em plantas, Elena Del Pup, doutoranda em Bioinformática na Wageningen University & Research, na Holanda, e Emily Mullin, escritora de biotecnologia na WIRED debateram o impacto da tecnologia CRISPR na produção de alimentos.


O foco principal foi como esta técnica está sendo aplicada para desenvolver culturas editadas geneticamente capazes de resistir às mudanças climáticas, além de melhorar nutrição e sabor. O debate também abordou os desafios e as oportunidades que a adoção do CRISPR representa, tanto em termos de desenvolvimento tecnológico quanto de aceitação pública. Segundo Vipula Shukla, da Fundação Gates, é muito importante que haja a participação e envolvimento da Comunidade Europeia, pelo seu impacto regulatório global, para a tecnologia ser disseminada.


Com as mudanças climáticas em curso, novos riscos de doenças e pragas estão chegando, com grande potencial de espalhamento. Vipula mencionou o caso da cultura do arroz, com impacto global dado o consumo deste produto por metade da população mundial. Já foram identificadas moléstias com potencial de amplo impacto, e a tecnologia de edição genética já está mirando algumas alterações nestas plantas, para prevenir estes riscos.


Revolução sustentável


Um dos destaques do encontro foi o anúncio de inovações iminentes, como as cerejas sem caroço, que exemplificam o potencial da tecnologia para criar alimentos mais convenientes e atraentes para os consumidores. A discussão abordou não apenas os avanços técnicos, mas também a necessidade de um diálogo aberto e transparente com o público para fomentar a aceitação desses novos produtos.


Esse encontro marca um ponto de virada na jornada em direção a uma agricultura mais sustentável e resiliente. As intervenções dos especialistas destacaram a importância da edição genética como ferramenta para enfrentar desafios globais, desde a segurança alimentar até a adaptação às mudanças climáticas. A promessa de culturas que não apenas sobrevivem, mas prosperam em condições adversas, traz uma nova esperança para o futuro da alimentação.


Com a continuação da pesquisa e desenvolvimento, e um caminho claro para a aceitação pública, a era dos alimentos CRISPR pode estar apenas começando, mas pelo jeito vindo em velocidade acelerada. Fica claro que este tema para ser acompanhado de perto em diversas cadeias do Agro Brasileiro, seja pela oportunidade de melhorias de produtividade e rentabilidade, mas também pelo risco de perdermos competitividade frente a outros fornecedores de alimentos.


*Donario Lopes de Almeida é engenheiro agrônomo, jornalista e presidente do Conselho Executivo da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro (ABMRA),  o farol que orienta o caminho para as boas práticas do marketing e da comunicação do Agro. O conteúdo foi desenvolvido em parceria com a entidade.


Fonte: ABMRA



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