Como proteger as crianças: Saiba identificar sinais de abuso em Camaquã

Presidente do Conselho Municipal do Direito da Mulher, Iasmin Devogeski, falou mais sobre o assunto em entrevista na SulTV

Foto: Dãniel Nunes - SulTV

Na região da Costa Doce, o combate à violência doméstica e ao abuso infantil tem ganhado novos contornos com a intensificação de debates e ações de conscientização. Em Camaquã, a rede de proteção busca romper ciclos históricos de silêncio, focando na educação preventiva e no fortalecimento das instituições de apoio à mulher e à criança. O tema é urgente, considerando que a maior parte das agressões ocorre dentro do ambiente familiar, onde o agressor muitas vezes utiliza a confiança para se aproximar das vítimas.

Um dos pontos centrais discutidos pela rede local é a identificação precoce de sinais de abuso infantil. Especialistas reforçam que ensinar crianças sobre os limites do próprio corpo não é sexualização, mas uma ferramenta essencial de segurança. A orientação é clara: a família deve ser o porto seguro para que relatos de toques desconfortáveis ou abordagens suspeitas, inclusive no ambiente digital e em jogos online, sejam comunicados imediatamente. O diálogo aberto dentro de casa é a primeira barreira contra abusadores que se aproveitam da falta de informação.

Os dados de segurança pública no Rio Grande do Sul mostram um cenário desafiador. O estado registra altos índices de lesão corporal, evidenciando uma subnotificação preocupante. No entanto, o aumento nas prisões de agressores em Camaquã é visto pelas autoridades como um reflexo positivo da eficácia de campanhas educativas, como o projeto de Bianca Beneman. Recentemente, o legislativo municipal deu um passo importante ao aprovar a inclusão do ensino sobre a Lei Maria da Penha nas escolas de ensino fundamental, visando formar uma nova geração consciente sobre direitos e respeito mútuo.

Outra frente inovadora de atuação é o foco no tratamento psicológico para agressores, medida adotada para reduzir a reincidência criminal. Iniciativas em parceria com o esporte local também buscam dialogar com o público masculino para desconstruir comportamentos de posse. Embora a representatividade feminina tenha crescido em cargos de chefia no Executivo e na segurança pública regional, a participação política na Câmara de Vereadores ainda é um desafio a ser superado para garantir que as demandas das mulheres tenham voz ativa em todas as esferas. Confira entrevista realizada no programa Redação SulTV