70% dos presos pela Brigada Militar são reincidentes do sistema carcerário
- Redação SulTV

- há 1 dia
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Comandante do 30 BPM abordou o índice de reincidência entre os presos na região em entrevista na SulTV

Foto: Ilustração
A segurança pública enfrenta um desafio estrutural que é a alta taxa de reincidência criminal. Em entrevista à SulTV, a comandante do 30º Batalhão da Brigada Militar (BM), Major Pamela Tavares, trouxe dados sobre os indivíduos detidos pela corporação. Segundo o relato, que reflete a realidade da segurança na área de abrangência do comando regional, a maioria esmagadora das pessoas presas em flagrante ou em cumprimento de mandados já tem histórico no sistema prisional.
Embora não tenha sido fornecido um percentual exato de forma imediata, a policial estimou que entre 60% e 70% dos indivíduos conduzidos à delegacia são oriundos do sistema carcerário, ou seja, já estiveram presos em algum dos presídios da região.
Esse cenário levanta um questionamento frequente feito pela própria população à Brigada Militar, de que o trabalho de prender acaba sendo, nas palavras da entrevistada, um esforço de “enxugar gelo”. A crítica popular se baseia na percepção de que a polícia realiza as prisões, mas os indivíduos logo voltam às ruas para cometer novos crimes.
A major esclareceu que a ação da Brigada é essencial para promover a segurança imediata e retirar das ruas os infratores, mas que a solução para a reincidência demanda uma abordagem mais profunda. O sistema carcerário, em sua essência atual, parece não conseguir promover a ressocialização efetiva ou, no mínimo, garantir que os criminosos cumpram a pena integralmente. A policial destacou que a corporação se depara com a mesma margem da legalidade continuamente.
Para que haja uma mudança real e duradoura, a Brigada Militar aponta a necessidade de mudança na legislação. O objetivo é que as leis permitam que a justiça mantenha esses indivíduos efetivamente presos por um período maior, interrompendo o ciclo vicioso de prisão, soltura e retorno ao crime. Sem essa alteração na esfera legal, o esforço contínuo de prisão realizado pelas forças de segurança da Costa Doce e de todo o Rio Grande do Sul continua a ser minado pela falha em manter o criminoso afastado da sociedade.
A questão do sistema carcerário e sua legislação é, portanto, um ponto crítico que exige atenção do poder público para que o trabalho das forças policiais tenha um impacto mais significativo e permanente na redução da criminalidade regional.




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